Road to Porto Inglês. As marcas que se quebraram, as tendências
Descrição
lt;p><i><strong>Por Benvindo Neves</strong></i></p><p>O sábado passado, 24 de junho, foi de festa… de golos! Marcaram-se oito nos dois jogos da 1ª mão das meias finais do Campeonato Nacional de Futebol. Não é muito habitual numa primeira mão. Normalmente, nesta fase impera a contenção, há muito calculismo e, por conta dos esquemas táticos bastante rígidos, as partidas até costumam ser um tanto quanto chatas.</p><p>Só que não foi isso que se viu no dia de <i>SonJon</i>. E não deve ter sido por acaso. É possível que os espíritos dos jogadores tenham ficado todos revoltiód.</p><p>As incidências da 1ª mão ficaram no passado. Usando as palavras de treinadores e jogadores “agora é levantar a cabeça e olhar em frente, para próximo jogo”</p><p>Os próximos vêm aí. É já este sábado, 01 de julho, que acontecem os duelos da 2ª mão das meias-finais da prova maior do futebol cabo-verdiano.</p><p>Mas, espera aí, vamos olhar ao passado, sim! De cabeça levantada também, ué!</p><p>Adiante</p><p>Os resultados da primeira mão foram muito interessantes na medida em que incrementaram umas tendências que se vêm registando neste campeonato. E quebraram outras.</p><p>Vejamos</p><p><strong>Quebra de tendências:</strong></p><p>O Mindelense sofreu os primeiros golos neste campeonato.</p><p>Foi ao sétimo jogo, tinham-se passado quase 600 (!) minutos. Latche foi quem "traiu" a equipa onde já foi muito feliz, porque foi campeão nacional pelos encarnados. Caso para dizer que o salense, que também se assume “musin de Soncent” conhecia muito bem o esquema de segurança dos encarnados. Bastou um primeiro pontapé para arrombar a porta guardada por Ken.</p><p>Palmeira perdeu pontos pela 1ª vez em casa</p><p>Se havia uma equipa neste campeonato que bem podia gabar-se de jogar numa fortaleza, essa equipa é a Palmeira.</p><p>Até chegar às meias-finais, os campeões do Sal eram os únicos com um registo 100% vitorioso nos jogos em casa. Durante a fase de grupos a Palmeira ganhou as suas três partidas, marcou seis golos e só sofreu 1.</p><p>Se Latche, e depois Kanté, acabaram com a virgindade do Mindelense neste campeonato, os encarnados descobriram o segredo dos palmeirenses que os mantinham a ganhar todas as suas batalhas em sua casa.</p><p>Mindelense não ganhou fora… pela 1ª vez</p><p>O empate 2-2 entre Palmeira e Mindelense quebrou mais uma marca que os “Leões da Rua da Praia” vinham carregando neste campeonato. Pela primeira vez a equipa de Miki Medina não ganhou fora de São Vicente. Mindelense tinha só vitórias nas três deslocações que fizeram durante a fase de grupos. Ganhou 1-0 aos Travadores no Estádio Nacional, derrotou 3-0 a Juventude na Boa Vista e foi a Santo Antão Norte vencer Santo Crucifixo, 1-0. Dos 14 pontos que o Mindelense fez na fase de grupos, 9 foram conseguidos longe de casa.</p><p>A primeira mão das meias-finais não foi animada apenas pelos muitos golos e pela quebra de feitos, que já vimos. Houve muitas outras tendências que se mantiveram.</p><p><strong>Tradições que se mantêm:</strong></p><p>Após o empate 2-2 entre Académica do Mindelo e Vulcânico, nota-se que se mantiveram várias tendências:</p><p>A Académica do Mindelo marca em todos os jogos em casa. E mais: a equipa de Rui Leite faz sempre 2 golos no Adérito Sena, nem mais, nem menos! 2-1 ao Figueirense, 2-0 ao Varandinha, 2-2 com Morabeza, 2-2 com Vulcânico. E se a estes juntarmos o jogo da final four com a Palmeira, são cinco jogos a marcar 2 golos. Mas também sofre muitos em casa. Neste nacional, só o Varandinha não marcou aos campeões nacional no seu estádio.</p><p>O Vulcânico manteve uma tradição que, de certa forma, até pode preocupar os foguenses. Nos últimos 5 jogos, os encarnados de São Filipe só ganharam um. E note-se que foi a única equipa a fazer duas vitórias nas três primeiras jornadas. De lá para cá o Vulcânico só ganhou ao Belo Horizonte (na 4ª jornada), empatou 3 e perdeu 1.</p><p><strong>Outra tendência:</strong></p><p>O Vulcânico voltou a sofrer primeiro. Ao longo deste campeonato, a equipa quase sempre precisou estar em desvantagem para depois reagir. Foi assim em todos os seus jogos em casa. Na 2ª jornada, por exemplo, esteve a perder 2-0 com Palmeira até aos 70 minutos. Fez reviravolta na ponta final. Na 4ª jornada, novamente em casa com Belo Horizonte, sofreu cedo. Depois de fazer o empate, resolveu tudo na segunda parte, 3-1. Na 6ª jornada viu-se a perder cedo com Sanjoanenses. Acabou por conseguir o empate.</p><p>Certo é que a equipa não perde em São Lourenço.</p><p>Semana passada, em São Vicente, na 1ª mão das meias finais, com Académica do Mindelo, esteve a perder por duas vezes. E reagiu!</p><p>Em sentido contrário, a Palmeira é o oposto do Vulcânico</p><p>Os salenses entram quase sempre muito fortes. Metem a quinta, colocam-se em vantagem e depois vão para o “ponto morto". Perderam “<i>dji virada</i>” no Fogo, empataram com Mindelense quando venciam por 2-0. E mais: já parou para pensar quantos golos de bola parada a equipa de Toca Leite já sofreu neste campeonato? Campeonato e Taça de Cabo Verde, já agora. Mas esta é uma continha para um outro Jog d’Palavra.</p><p><strong>Mais duas tradições que se mantêm</strong></p><p>Tchukin fez diante da Palmeira o sétimo golo e reforçou ainda mais condição de melhor marcador do Campeonato Nacional. O ponta de lança, que nesta prova só não marcou na 4ª jornada, está embalado para ser, pela segunda vez consecutiva, o melhor marcador da competição.</p><p>E Calu? Ah Calu, o goleador improvável do Mindelense. O veterano médio defensivo é, de forma surpreendente, o melhor marcador dos encarnados. São 3 golos, todos de bola parada. Dois de penalty e um de livre direto.</p><p>A 2ª mão vem aí. Quem segue para a final do dia 08 d julho no Maio? Quem fica pelo caminho? O Jog d’Palavra regressa as <i>soon as</i>.</p>
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